A Formação Profissional na Era Digital, sem perder o Humanismo

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José Alberto Lopes

Preâmbulo:

Esta foi a primeira edição do Congresso Nacional de Formação na qual a Eleva esteve presente, e logo como patrocinadora! Gostámos muito e prometemos voltar! Fica aqui a síntese do nosso Coordenador Pedagógico, José Alberto Lopes.

                                                                     Ana Bela Cabral

“Pensar a Formação: Era Digital e Humanismo”

Subordinado ao tema “Pensar a Formação: Era Digital e Humanismo”, o VI Congresso Nacional da Formação Profissional, que decorreu no dia 11 de Abril, no Grande Auditório do ISCTE-IUL, convidou a uma reflexão sobre a formação profissional e a sua adaptabilidade às novas ferramentas tecnológicas. O evento, promovido pela Forma-te, ISCTE-IUL, MacDonald’s e TAP Portugal, reuniu cerca de 500 congressistas e contemplou a entrega do Prémio Criatividade e Inovação da Formação à Escola Profissional de Aveiro.

Na sessão de abertura, José Neves, do ISCTE-IUL, deu o mote para os trabalhos, realçando a necessidade de o sector acompanhar a evolução num contexto de grandes transformações. “As exigências para as pessoas se adaptarem ao mercado de trabalho são muitas e cada vez mais rigorosas, sendo imperiosa a implementação da era digital na formação profissional, a adaptação a uma nova realidade, porque ou apanhamos ou perdemos o comboio”, referiu.

Mário Martins, da Forma-te, colocou o foco do congresso na partilha de experiências e na troca de informações, salientando que é importante definir caminhos para a participação efectiva na era digital. “Não se deve desvalorizar as novas tecnologias; quem o faz sofre de preguiça mental”, asseverou.

Os trabalhos tiveram início com a apresentação da Ana Neves, da Iniciativa Nacional de Competências Digitais – INCoDe.2030, programa direcionado para guindar Portugal a posicionar-se como um dos países mais competentes a nível digital até 2030. Ao longo da sua intervenção, abordou o contexto nacional em termos de evolução, ao longo dos últimos anos, do número de utilizadores da internet, bem como as acções em desenvolvimento pelo programa INCoDe.2030.

 

 

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“Era Digital, Humanismo e Aprendizagem ao Longo da Vida”

Seguiu-se o primeiro painel, “Era Digital, Humanismo e Aprendizagem ao Longo da Vida”, moderado por Inês de Castro (Worten), tendo como oradores Nuno Almeida (Samsung) e António Moreira (Universidade Aberta). Na introdução do tema, Inês de Castro sublinhou que, actualmente, os pais e os professores “têm que mudar alguns paradigmas e em vez de se considerarem os únicos detentores da verdade têm que passar a ser uma espécie de coach e de mentores da aprendizagem dos seus filhos ou alunos, porque eles vão buscar informação e sabedoria a muitos locais, nomeadamente à internet”.

Nuno Almeida falou sobre a mudança tecnológica operada nas últimas décadas, nomeadamente a forma como os smartphones foram “tomando conta da vida das pessoas, alterando-lhes os hábitos diários”. Abordou ainda as vantagens das escolas virtuais no panorama educativo actual, referindo que as mesmas trazem “maior motivação, maior interactividade entre professores e alunos, maior envolvimento dos pais, ensinando, desde muito cedo, as crianças a lidar com ferramentas tecnológicas que vão utilizar no futuro”.

Por sua vez, António Moreira defendeu a utilização do digital, mas sem abandonar o analógico, porque entende que ambas as dimensões se complementam. “A era digital não pode deixar para trás os livros, a caligrafia, o analógico, devem antes ser complementares, acabando com as dualidades, porque vivemos num mundo analógico e digital, uno e indivisível, por muito forte que seja a componente digital no mundo de hoje”, sustentou, acrescentando que “não temos de separar, temos é de somar, ou seja, fazer pontes entre o que havia e o que há agora”.

“Metodologias – Espaços e Pessoas”

Depois do coffee-break servido pelos alunos da Escola Profissional da Moita, o segundo painel versou o tema “Metodologias – Espaços e Pessoas”. Moderado por Catarina Morgado (PwC’s Academy), teve como oradores Leonor Rocha (consultora), Marco Bento (Universidade do Minho) e Rita Lourenço (Ensinus). A primeira enumerou os recursos tecnológicos que estão ao dispor dos formadores e professores para “preparar cidadãos para a sociedade actual e vindoura”, enaltecendo as virtudes da realidade virtual e aumentada, das salas de aula invertidas ou ainda das salas com rotação por estações de aprendizagem baseada em áreas funcionais.

Marco Bento defendeu a utilização dos dispositivos móveis no apoio a uma nova dinâmica das salas de aula, estabelecendo a diferença entre um professor resistente e um professor transformador na introdução das novas tecnologias na educação. Sustentou que a todas as actividades de aprendizagem estão inerentes três factores indissociáveis: o espaço, a pedagogia e a tecnologia.

“Perfil dos cinco C’s”

A encerrar, Rita Lourenço apresentou o Projecto de Flexibilidade e Autonomia Curricular do grupo Ensinus, nomeadamente o “perfil dos cinco C’s”: colaborativo, criativo, comprometido, consciente e comunicativo.

Depois do almoço, os trabalhos recomeçaram com o painel “Práticas Emergentes e Tendências na Formação”, moderado por Paulo Duarte (MacDonald’s). Oportunidade para os congressistas ficarem a conhecer o trabalho que se faz nas escolas profissionais de Almada e de Aveiro, através de Jorge Sintra e Paulo Quina, respectivamente, a ascensão meteórica da Gamification e Mobile Learning, por Paula Lopes (GFoundry), e os meios digitais que são colocados ao serviço das tecnologias, por Jorge Piçarra (CINEL). O painel encerrou com Cátia Silva (CEGOC), que preconizou um percurso de aprendizagem personalizado, que tem como fio condutor a (re)humanização dos processos de aprendizagem, através de classes virtuais, sessões de e-coaching e formação presencial, personalização de acordo com as necessidades individuais de cada formando e os resultados, fundamentais para que a formação provoque uma melhoria efectiva na vida das pessoas.

A última intervenção coube ao psicólogo João Leite, que, de forma bem-humorada, falou da “Era Digital ao alcance do dedo”, assente na acessibilidade, velocidade e simplicidade.

Cumprindo escrupulosamente o programa estabelecido, a sessão de encerramento teve intervenções de Ana Cláudia Valente (ANQEP), Conceição Matos (IEFP), Jonas Oliveira (BRU ISCTE-IUL) e de Vasco Trigo (ISCTE), que foi, igualmente, o apresentador do congresso.

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