O Desenvolvimento Pessoal Funciona?

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Ana Bela Cabral

Há já algum tempo que tenho vontade de abordar este tema.

Faço-o com algum conhecimento de causa: li dúzias de livros de desenvolvimento pessoal, fiz dezenas de cursos nessa área (entre eles, algumas certificações internacionais) e organizei alguns eventos, tendo convidado alguns “gurus” do dito desenvolvimento pessoal. Mais ou menos por essa ordem. E foi ao chegar aos eventos “formativos” que comecei a ter algumas dúvidas sobre a eficácia do desenvolvimento pessoal…

Nos últimos anos, temos assistido a uma multiplicação de livros, iniciativas, cursos, certificações, e ao aparecimento de “especialistas”, “vedetas” e afins. Não vou ser “advogada do diabo” e, passo a redundância, diabolizar o desenvolvimento pessoal. Esta área de estudo tem algumas abordagens muito positivas, com provas dadas e base científica (destaco a Programação Neurolinguística). Contudo, preocupam-me algumas outras abordagens a roçar o charlatanismo e a lavagem cerebral, e a falta de sentido crítico de quem segue, se inscreve e gasta (muito) dinheiro nestas últimas…

Muitas expressões desse “desenvolvimento pessoal” não passam de “copy / pastes” umas das outras, e o mais incrível (e assustador!) é que o séquito de seguidores afaimados nem se dá conta…

Como a própria expressão indica, trata-se de uma abordagem “pessoal”, ou seja, pressupõe-se que o indivíduo aja sobre si, mesmo que acompanhado ou mentorizado até a um dado momento. Esse mesmo indivíduo deve ser o foco da abordagem. Compreendo a inicial abordagem motivacional (o espetáculo de luzes, a música alta, os pulos no palco), mas não compreendo o vedetismo de alguns supostos especialistas. Na minha opinião, retiraram o cariz sério do desenvolvimento pessoal, descredibilizando-o.

Assim, e para aqueles que ainda continuam a ler este artigo, gostaria de deixar algumas orientações que farão o desenvolvimento pessoal funcionar e valer a pena.

  1. Livros. Se gostas de ler esta tipologia de livros, sê criterioso. Faz algumas pesquisas sobre o autor, tenta entender o seu background académico ou filosófico. Faz também pesquisas sobre a editora. Complementa sempre as tuas leituras, toma notas que façam sentido para ti, sublinha passagens relevantes. Lê comentários e feedbacks de outros leitores.
  2. Eventos. Desconfia do Marketing desses eventos e do respetivo funil de vendas. O facto de te estarem sempre a aparecer anúncios ou publicações sobre o evento, não significa necessariamente que o mesmo tenha qualidade. Além do nome dos oradores (mesmo se estes são “sonantes”), pesquisa o tema das suas palestras e qual a experiência ou formação que têm sobre a matéria. Atualmente, há temas muito em voga (por exemplo, a inteligência emocional ou a literacia financeira) sobre os quais toda a gente parece ter uma opinião especializada (quem me dera!…). Os chamados “tudistas”… Sabem de tudo…
  3. Formações. Aquela certificação não te sai da cabeça? Achas mesmo que pode mudar a tua vida? Antes de mais, lembra-te que a mudança partirá sempre de ti, do teu interior, e muito pouco de fatores externos. Em segundo lugar, pergunta: quem é o formador? Qual a sua formação na área de formação em causa? Qual a sua experiência? A formação é validada por alguma entidade certificada a nível nacional ou internacional? Ter superado uma desgraça pessoal e/ou ter tido o privilégio de privar com alguns gurus e ter um excelente branding pessoal não contam como critérios de qualidade…
  4. Follow-up. Se avançaste, independentemente das orientações acima, é importante que apliques o que aprendeste (se aprendeste alguma coisa…): relê as tuas notas, faz leituras adicionais; no caso de eventos, e se houver algum tipo de mentoria associado, reúne todas as tuas dúvidas e procura esclarecê-las. Não tenhas receio de questionar. Afinal, eles é que são os especialistas.

Alguns pontos de reflexão adicional:

  • Houve consistência nas abordagens do coach, mentor ou autor do livro?
  • O coach, mentor ou autor do livro citou ou referiu fontes fidedignas?
  • Teve uma postura de humildade perante o seu público ou leitor?
  • Deixou pistas adicionais de exploração do tema?
  • Abordou e explorou apenas um tema ou vários?
  • Procurou apresentar fundamentação científica ou filosófica?

Em qualquer uma das situações acima, é importante que definas claramente os teus objetivos: o que pretendes exatamente com a leitura de um livro, com a inscrição num evento ou numa formação? Escreve o teu objetivo e verifica se o mesmo foi atingido.

É importante ter uma abordagem crítica e não te deixares levar por compras de impulso ou emocionais. Estes supostos especialistas são, com frequência, mestres da persuasão…

Cuidado com as promessas de milagres! Desconfia de quaisquer garantias de resultados rápidos. O desenvolvimento pessoal é um processo contínuo, leva tempo e requer esforço teu. Não acredites em tudo o que lês e ouves.

No que diz respeito à Eleva, entendemos que a formação em desenvolvimento pessoal tem de te ELEVAr!

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